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Vinte e cinco. E agora?

Vinte e cinco. E agora?

Confissões de uma leitora... #2

 

 

Adoro ler no comboio.

 

Viagens de comboio durante muito tempo fizeram parte do meu dia-a-dia, hoje são mais pontuais mas mesmo assim sempre que viajo não pode faltar um livro e música.

A leitura "em andamento" flui de uma forma natural, consigo em média ler mais no comboio do que no sossego de casa, curioso não é? Outro facto curioso é que sempre que tenho um livro encalhado em casa, que por mais que tente não consigo avançar ou/e compreender a historia, levo-o comigo para o comboio e como por magia a leitura lá se desenvolve. Mais alguém gosta desta combinação: comboio + livros?

Já li e recomendo...#2

 

Prémio Nobel da Literatura 2010 Baseado em factos verídicos, Pantaleão e as Visitadoras é um romance engenhoso, divertido e sarcástico que põe em evidência a outra face de um sistema a partir das suas próprias raízes, deixando entrever o funcionamento ambivalente de uma instituição. Publicada em 1973 e adaptada ao cinema, Pantaleão e as Visitadoras é uma das obras mais populares e divertidas de Mario Vargas Llosa. Pantaleão Pantoja, um oficial do exército com uma folha de serviços irrepreensível, enfrenta a missão mais arriscada da sua vida: organizar, dentro do mais absoluto sigilo militar, um serviço de prostitutas para aplacar as necessidades das Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazónica. Rigoroso cumpridor do dever, Pantoja muda-se para Iquitos para levar a cabo esta missão, mantendo-se afastado dos demais militares, vestindo à civil e, sobretudo, sem nada revelar à mãe e à mulher. No entanto, em pouco tempo, o que era uma missão discreta transforma-se no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso a vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante «visitadora», acabando por pôr em perigo a sua tarefa.

 

Meu primeiro livro de Vargas Llosa, o sexto escrito pelo autor. decorria o ano de 1973 quando "Pantaleão e as visitadoras" viu a luz do dia. Vargas Llosa, escritor peruano, Prémio Novel da Literatura em 2010 ,impõe respeito e confesso que estava receosa quanto à leitura deste livro, tinha medo de não gostar.  

 

Pataleón Pantója é um jovem capitão do exercito peruano que tem entre mãos uma missão ultra-secreta: montar um bordel na selva amazónica para satisfazer os desejos sexuais dos soldados. É com esta premissa que Vargas Llosa desenvolve a narrativa, intercalando capítulos onde acompanhamos a vida do protagonista e capítulos onde são reproduzidos  documentos oficiais do exercito, recortes de jornais , programas de radio e televisão. O humor e a critica social são uma constante ao longo do livro. É um livro divertido que proporciona boas gargalhadas e tempo muito bem passado. Óptimo livros para iniciar Vargas Llosa, que venham os próximos. 

 

Dos outros ...#5

Uma epidemia de medo fechou a cidade. Que mais, senão uma praga de cobardia, podia esvaziar uma rua comercial de uma cidade de dois milhões num sábado de manhã? Todas as portadas das janelas estão fechadas, e as cortinas corridas. E o que eu ouço é o silencio só meu próprio pânico a latejar-me nos ouvidos - um cronómetro a contar os segundos que faltam até terminar este horror. 

 

A Sétima Porta, Richard Zimler

Preparem as pipocas #11

Depois de muitas tentativas, finalmente vi "The Birds" (Os pássaros), abandonei o filme imensas vezes, tivemos uma convivência difícil. Porquê insistir? Não se abandona um filme de Hitchock assim sem mais nem menos.

A historia é simples, uma pequena cidade do interior perde de um momento para outro a sua tranquilidade, inúmeros pássaros,de toda a espécie, começam a atacar as pessoas. No início os ataques são isolados mas rapidamente os pássaros tomam conta da cidade, as pessoas começam a deixar as suas casas, a cidade. O porquê destes ataques? O que acontece à cidade? Às pessoas? Aos pássaros? Como resolver esta situação? A resposta a estas perguntas fica por conta da imaginação do telespectador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dos outros ...#4

... quem tem uma notável competência administrativa emprega hoje a sua actividade em campos mais apropriados que a governação dos países. E se em quase todas as nações assim acontece, assim sobretudo sucede naquelas onde a instabilidade governativa é acentuada: nenhum administrador verdadeiro se sujeita a administrar com risco de descontinuidade e interrupção. 

 

A essência do Comércio, Fernando Pessoa

Já li e recomendo...#1

 

 Num bairro residencial de Grosse-Pointe (Michigan), cinco irmãs adolescentes suicidam-se no espaço de um ano. Cecília, a mais nova, é a primeira. As outras imitá-la-ão depois. Estes suicídios marcam para sempre os jovens rapazes da vizinhança que viveram e sofreram com elas... à distância. Vinte anos mais tarde eles tentam reconstituir os acontecimentos, presos ainda na fascinação e obsessão que as misteriosas irmãs lhe provocaram: Therese a intelectual, Mary a coquete, Bonnie a asceta, Lux a libertina e a pálida e mística Cecilia.

 

"Na manhã em que  ultima filha dos Lisbon resolveu que tinha chegado sua hora de se suicidar- foi Mary desta vez, e remédios para dormir, como Therese - os dois paramédicos chegaram à casa sabendo exactamente onde ficava a gaveta de facas, o forno a gás e a viga no porão,...". Assim começa o primeiro (de três) romance de Jeffrey Eugenides, romance que alcançou enorme sucesso sendo traduzido para 19 idiomas e adaptado para cinema em 1999 por Sofia Cappola.

 

Sem piedade do leitor, o autor revela o final dramático da sua obra: as cinco filhas dos Lisbon suicidaram-se sem que nada o fizesse prever . Logo no inicio do livro conhecemos o nome, a idade, e a forma de suicído. Anos depois da tragédia um grupo de rapazes vizinhos tentam perceber o que desencadeou esta tragédia. Sendo as pessoas mais próximas das irmãs, pouco sabem sobre estas. Reúnem provas, especulam sobre o que observaram anos atrás. Este mistério, esta incompreensão que envolve as Lisbon é mascarada pela tranquilidade que reina no bairro. Toda esta tragédia é "normal".

Neste livro o difícil é parar de ler, uma escrita simples, envolvente e deliciosa.